31/12/2008

Experiência Existencial

Quando perdemos a luz daquela estrela que sempre nos sorriu desse lugar inalcançável, existe uma capacidade de que muito cedo fomos dotados: Sonhar. São guias. Sei que aí, talvez, aínda sejamos capazes de rasgar a melancolia dos espelhos. Na ânsia ou mesmo na obrigação de viver, a vida corre-nos entre os dedos, então percebemos que o tempo roda na sua incapacidade de parar. Um dia, somos confrontados com uma outra visão, abre-se a metade de uma porta e deparamo-nos, não com os olhos de quem vê, mas de quem sente, com um rosto marcado pelo tempo. Gostaria de fugir a estas visões que me acordam o pensamento para pequenas coisas às quais antes não era necessário um alerta. A vida é um ciclo imparável, imbatível. Hoje, sou confrontada com os teus cabelos brancos já maiores, e relembro que antes os mantinhas sempre curtos porque te vias na possibilidade de mostrar a força nos teus movimentos, e aínda assim continuas com esse espiríto vencedor. Tomaram muitos que vivem possuir essa força, eu própria gostaria de a ter. Se calhar corre-te no sangue ou foi toda essa experiência existencial. Mais um dia, mais um fio de vida para dar avidez aos sentidos...

21/12/2008

Na poeira do pensamento


Profeças as palavras sem que eu seja capaz de as ver num olhar e não passam disso mesmo: Palavras. Arrastam-se com o vento e também tu ao sabor delas; Talvez não andes perdida, fui eu quem te perdeu. E tudo na vida, os meus fracaços e conquistas, as linhas anteriores, me fazem, inevitavelmente, questionar em que rua ficaste. Serei eu que segui sem te esperar? Ou terás sido tu que seguiste um rumo diferente e do qual já não faço parte? Já não sei distinguir se é esta mágoa ou dor que aumentam ou se já não passam somente de uma quase indiferença a essa tua ausência. Desculpa estas palavram arranham, mas tal como as tuas não passam dessa qualidade de letras. Não faço contas ao tempo, vivo vendo-o passar indo tu arrastada por ele. Não sou capaz de ver essa tua vontade de voltar a criar um laço afectivo, não vejo uma capacidade de falares no assunto, nenhuma tentativa de vir ao meu encontro e tocar nesse mesmo pedaço que me levou a escrever este texto. Será que sentes a minha falta? Se quiseres voltas onde sempre pertenceste... Tempo é o mais existe no mundo.