24/06/2008

Palavras

Ajudavas-me a fazer a minha cama e enquanto esticavas o lençol reparaste num risco de caneta azul.
- Estiveste a escrever na cama?
O que para ti soou estranho, para mim já era uma rotina. Sim, mãe, escrevo, não só no blog, nos rascunhos do telemóvel, nos cadernos da escola ou numa simples folha branca; Sim, escrevo quando preciso e sinto-me bem. Não que as palavras sejam capazes de levar consigo toda a dor ou sejam capazes de sorrir com a nossa felicidade, mas são elas que se desenrolam pelo papel sem me julgar, que esperam sem cansar para as deixar ganhar formas. E cada uma é diferente... Ás vezes páro, por já não ser capaz, outras vezes deixo-as voar comigo. E em cada situação, lá estão elas, presentes, trazendo a memória de cada momento. São elas que me acompanham e até quando não escrevo sei que não me fogem.
Cada um arranja uma maneira de se expressar, podendo fazer ou não arte. Escrever foi a obra sem valor que comprei.

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