21/11/2008

Sentimentos Esdrúxulos

Preciso urgentemente de uma caixa enorme para guardar a memória destes dias.
Mais uma imagem que fica, um gesto, um sentimento apertado envolto de um coração aberto...
Desta vez, um banco de jardim.
A nossa vida ganha sempre uma melodia inconfundível, reconhecemo-nos e encontramo-nos constantemente, em fotografias, cheiros, passagens rotineiras da nossa vida, em pequenos objectos e lugares, neste caso, uma música, que nos leva sempre a memórias.
Forma-se uma nuvem de recordações.
Pontos de interrogações.
Certezas.
No silêncio das pernas cruzadas, as lágrimas caem. Por tudo. Por nada. Por mim, por vós. Persistem habitar-me no rosto. (Outra nuvem).
Então descubro: "A mais bela das tristezas é a felicidade com lágrimas nos olhos".
Um silêncio dos gestos inconfundíveis, algo que apenas nós podemos recordar com um sorriso.
Presença.
Sentimentos.
Silêncio.
Gestos.
Um mundo inteiro nas nossas mãos, numa minúscula parte de um lugar obrigatóriamente presente para a nossa existencialidade.
Pedras calçadas, folhas caídas no chão. Beleza inconfundível.
Árvores nuas defronte para um céu azul.
Cores.
Imagens.
Mais uma lágrima. E a música continua no nosso mundo em pausa.
"Ficas bonita com os olhos molhados".
Sorriam comigo.

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