22/04/2009

Congestionamento do coração


A ponta dos dedos não é capaz de descrever a dor que teima viver no coração e, sei que por mais pedaços teus sinta serem arrancados, nada mais completará o vazio que tristemente deixas em mim. Escrever é levar as mãos ao peito e encaixá-las nesta dor que perfura partículas de um sentimento que ganha asas e voa para um lugar distante do meu. Talvez voes perdido nos ares; talvez voes até encontrares o mesmo trilho que te trouxe até aqui. A tua rota pode não ser comigo, mas julgo não ser longe de mim. E por mais pedaços que arranques em mim o passado não me deixa fechar-te a porta, tento, mas ainda tens a chave. Tento sorrir, mas o coração continua a bater frágil e páro para ganhar coragem de ver outras nuvens onde possa proteger as fragilidades que não desaparecem. De cada vez que teimas espreitar rendo-me a este amor, porque quando vais o pensamento organiza-se, mas quando vens desarrumas a gaveta das (in)certezas.
Enquanto as asas servirem de acessório a tesoura nunca cortará este fio se atravessa ao meio.

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