30/05/2009

[ distante ]

Sinto que o teu tempo parou e eu continuei a viver. Que decidiste estagnar a tua vida no ponto em que permaneci nela e te embrulhaste em memórias, fazendo-as cada vez mais vivas a cada dia que passa. Não te posso prometer nada, a não ser que nunca te vou esquecer. Foste um obstáculo que fui incapaz de ultrapassar, a pequena luz intermitente era o espelho da tua vida na minha. Agora não sei como te entitular, nem dizer se estás aceso, ou se és apenas um flash de memórias. O tempo que passou fez-te permanecer ainda abraçado a fotografias, letras, sonhos e uma música que te faz chorar, a uma pulseira, a uma incansável espera... A esperança que tantas vezes viste morrer, mas que continua a sustentar esses tristes fios de vida. Os sonhos, os sonhos que ainda te mantêm vivo com a esperança de um dia seres capaz de os realizar. A música que sentes para me sentir mais de perto. O sangue que te escorre pelas veias, um choro silencioso quando o sol se esconde do outro lado do mundo, os pequenos gestos que despertam lembranças, a persistente vontade de voltar atrás e mudar, o olhar que me acompanha os passos e o vazio que fica na ausência das palavras, o respirar na pele, o nó no estômago, as lágrimas que voltam para acompanhar a solidão, a vontade que se fortalece, a crença em Deus como resposta ás tuas preces, umas mãos cheias de tudo para completar esse vazio, uma esperança que volta a crescer e que rasteja novamente, um olhar triste feito de vagas tristes, um olhar de anjo, o possessivo querer de agarrar nem que por breves segundos, a certeza do não esquecimento, a oportunidade que teima em não chegar, um sonho atrás de outro sonho... Uma ode á esperança, o lema que ainda sustenta o incansável sonho. De olhos fechados, só para sentir mais de perto...

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